A Natura registrou prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões no segundo trimestre. O valor representa alta de 17,4% em relação ao prejuízo líquido de R$ 732 mi de igual período do ano passado.
De acordo com um balanço divulgado nos últimos dias, o aumento do prejuízo foi explicado principalmente pelo “write-off” – importante prática contábil que reflete a realidade financeira das empresas.
Segundo o advogado Paulo Eduardo Faria Barretto, o lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação consolidado ajustado superou os R$ 800 mi no período, o que representa alta de quase 15% ante o valor reportado no segundo trimestre do ano passado.
– “São números importantes que retratam bem a realidade. Vale lembrar que a receita líquida superou os R$ 7 bi, o que representa avanço de 5,4% ante o mesmo período do ano passado”, destacou o advogado, atuante no escritório Dosso Toledo Advogados.
Além disso, ele explicou que alguns fatores podem ter contribuído para os números.
– “Podemos elencar pelo menos 3 motivos. O primeiro fator são os desafios desde a integração da Avon em 2020. O segundo são as condições adversas da economia, como alta da inflação, flutuações cambiais e o aumento das taxas de juros em diversos mercados. Outro fator são as mudanças no comportamento do consumidor, que hoje migram para as compras online, e se deparam com uma infinidade de novas concorrentes, através do digital”, ressaltou o advogado Paulo Eduardo Faria Barretto.
Vale lembrar que a marca Avon, subsidiária da Natura, fez um pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos – processo semelhante à recuperação judicial brasileira.
– “Os mercados são muito voláteis. Nos últimos anos, várias marcas quebraram em consequência dessas mudanças. Agora, o que a Natura tem que fazer é analisar bem o passo a passo e buscar ajuda jurídica e contábil especializada, para dar os passos certos na direção da recuperação econômica”, finalizou o advogado.
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DAVID ROBERTO FLORIM
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