Com o sequenciamento do genoma humano, no início dos anos 2000, a ciência identificou que 8% do código genético do ser humano é composto por microrganismos de origem ancestral, denominados como retrovírus endógenos humanos, também conhecido pela sigla HERVs. Desde a sua descoberta, ao longo das últimas décadas a ciência busca desvendar os efeitos desses vírus ancestrais no corpo humano.
Esse também tem sido o objetivo de um grupo de pesquisadores do Programa de Mestrado em Ciências da Saúde da Universidade Santo Amaro (Unisa). Os cientistas da Instituição buscam mapear e identificar o impacto do comportamento destes microrganismos em pessoas com transtornos mentais graves, bem como a sua influência nos processos inflamatórios desses pacientes.
Para isso, o biólogo e professor do Mestrado em Ciências da Saúde da Unisa, Luiz Henrique da Silva Nali, liderou estudo que avaliou como os retrovírus endógenos (HERVs) agem no organismo de um grupo de indivíduos com esquizofrenia e transtorno bipolar. As análises realizadas nos laboratórios da Universidade indicaram que estes vírus, os HERVs, estavam associados a um processo inflamatório mais elevado em pessoas com transtornos mentais do que em indivíduos sem o diagnóstico da doença.
“Notamos que, em pessoas com esquizofrenia e transtorno bipolar, o nível de atividade dos vírus estava mais elevado em comparação com o outro grupo. Quanto maior a atividade dos microrganismos, maior é a reposta inflamatória dos pacientes”, pontua o professor Luiz Henrique. A pesquisa também traz outros dados que devem auxiliar os especialistas no entendimento das doenças mentais e como melhorar a qualidade de vidas dessas pessoas.
Ainda segundo o pesquisador, a análise amplia a compreensão de como se dá o comportamento desses vírus. “Os resultados obtidos nesta etapa da pesquisa ajudarão na compreensão dessas doenças que apresentam o perfil inflamatório, e poderá pavimentar o caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos”, explica o professor.
A pesquisa contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Unisa. O estudo teve ainda a colaboração de professores e alunos do Mestrado em Ciências da Saúde e dos cursos de graduação em Biomedicina e Biologia da Unisa; e pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos.
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GENINHA APARECIDA MORAES ROCHA
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