A participação das mulheres na política brasileira é um tema de crescente relevância, especialmente em um cenário onde elas representam mais da metade do eleitorado. Contudo, a representação feminina nos cargos políticos ainda está aquém do que se esperaria, considerando seu potencial e contribuição para a sociedade.
A empresária e ativista Cristina Boner, conhecida por seu trabalho em prol da igualdade de gênero e empoderamento feminino, oferece uma visão crítica sobre essa questão. Segundo Boner, a sub-representação feminina na política não é apenas um reflexo de desigualdade histórica, mas também um desafio que afeta a qualidade da democracia. “A presença de mulheres nos espaços de decisão política é fundamental para garantir que as políticas públicas atendam às necessidades de toda a população, e não apenas de um segmento dela”, afirma Cristina Boner.
Os dados são claros: apesar de as mulheres representarem 52% da população brasileira e constituírem a maioria do eleitorado, elas ocupam apenas 15% dos cargos no Congresso Nacional. Esta disparidade não é apenas um número, mas reflete uma série de obstáculos que mulheres enfrentam ao entrar e permanecer na política.
Entre as principais dificuldades estão a falta de apoio financeiro e estrutura para campanhas eleitorais, preconceitos de gênero e uma cultura política dominada por homens. “Ainda vivemos em uma sociedade onde as mulheres são frequentemente subestimadas e enfrentam um duplo desafio: lutar pelo reconhecimento no ambiente político e também lidar com a resistência à sua presença nesses espaços”, explica Boner.
Nos últimos anos, diversas iniciativas têm sido implementadas para aumentar a participação feminina na política. Projetos de lei que promovem cotas para mulheres e programas de incentivo a candidaturas femininas são exemplos de esforços para reduzir a disparidade. No entanto, a eficácia dessas medidas ainda é debatida e a resistência cultural continua sendo um obstáculo significativo.
Cristina Boner destaca que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer. “Precisamos de uma mudança cultural que vá além das políticas e das leis. É crucial que a sociedade reconheça e valorize o papel das mulheres na política, e que as mulheres se sintam empoderadas e apoiadas a buscar esses cargos”, afirma a empresária.
A presença de mulheres em cargos políticos não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma necessidade prática para a elaboração de políticas mais inclusivas e representativas. Estudos mostram que a inclusão de mulheres nas decisões políticas tende a resultar em políticas mais equilibradas e atentas às questões de gênero e diversidade.
Cristina Boner conclui: “A política deve refletir a diversidade da sociedade. Quando as mulheres são sub-representadas, perdemos a oportunidade de criar um ambiente mais justo e equitativo para todos. É fundamental que continuemos a lutar por uma maior participação feminina na política, não apenas para garantir direitos, mas para fortalecer a nossa democracia”.
Enquanto a luta pela igualdade de gênero avança em várias frentes, a política brasileira ainda enfrenta desafios significativos para garantir uma representação justa e equilibrada. Com a contribuição de líderes como Cristina Boner e o esforço contínuo da sociedade, há esperança de que as barreiras para a participação feminina na política sejam superadas, promovendo uma democracia mais inclusiva e representativa.
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Andreia Souza Pereira
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