No Brasil, a taxa de suicídio entre jovens cresce 6% ao ano; já as notificações por autolesões, na faixa etária de 10 a 24 anos de idade, aumentou 29%, segundo o levantamento realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia), com apoio de pesquisadores de Harvard. O estudo avaliou os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Para a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Santo Amaro (Unisa), Cintia Madeira Sanchez, é importante entender o contexto atual dos jovens. Com o excesso de uso de telas, os adolescentes se sentem expostos o tempo todo. As instituições de ensino também devem estar atentas ao comportamento dos jovens, bem como promover medidas preventivas em relação a questões como o bullying, a diversidade, o racismo e a homofobia.
“As situações de desconforto ou constrangimento rompem os limites físicos e reverberam nas plataformas e redes sociais”, comenta Cinta. Ainda segundo a psicóloga, os pais, os familiares e as instituições devem estar abertos ao diálogo e ao acolhimento, buscar entender os motivos ao invés de julgar o sentimento que foi lhe compartilhado. Ela recomenda evitar frases como: “Você está exagerando” ou “Isso vai passar”. “Essas mensagens ditas podem afastar esse adolescente e até mesmo evitar o diálogo por receio da falta de compreensão em relação ao seu sofrimento”, comenta Cintia.
Para o coordenador e professor do curso de Serviço Social da Universidade Santo Amaro (Unisa), Henrique Manoel Carvalho Silva, é fundamental refletirmos sobre a responsabilidade coletiva de proteger nossos jovens e promover ambientes seguros e acolhedores. “Neste mês de conscientização e prevenção ao suicídio é essencial refletirmos como a questão impacta os nossos joven. É importante que entidades de ensino e organizações não-governamentais se apoiem para promover um ambiente de empatia e inclusão, onde a diversidade seja respeitada e as diferenças, celebradas”, pontua Henrique.
Ainda segundo ele, embora algumas instituições vejam sua função como estritamente pedagógica, o cuidado com a saúde emocional dos estudantes deve ser entendido como uma responsabilidade coletiva, parte integrante do processo educativo. “Os espaços educacionais, em parceria com ONGs e serviços especializados, podem ajudar com o desenvolvimento de oficinas, treinamentos e grupos de apoio que envolvam toda a comunidade escolar, inclusive os pais, para construir uma rede de proteção para todos os alunos, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade”, conclui.
Henrique orienta, ainda, para aqueles que precisam de apoio imediato, os canais especializados como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia, por telefone (188) ou chat on-line. O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de serviços especializados, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e o atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBS).
A Universidade Santo Amaro tem realizado programas voltados para o apoio psicológico e psicopedagógico dos seus estudantes, por meio do Programa de Apoio ao Estudante (PAES) e do Programa de Atendimento Psicológico da Unisa (PAPU), realizado em parceria com o curso de Psicologia da instituição.
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