A chegada de um bebê antes do tempo considerado normal de uma gestação é sempre motivo de preocupação para os pais e familiares. Além da expectativa pelo nascimento de uma criança saudável, o tempo de UTI e o desenvolvimento do bebê enchem a cabeça dos responsáveis de insegurança e muita, muita ansiedade.
Com o intuito de esclarecer as principais dúvidas sobre prematuridade, a Inspirali, principal ecossistema de educação médica do Brasil, ouviu o Dr. Juhir Paulo Braglia Jr, pediatra e neonato, professor da UniSul. Confira:
– Quando um bebê é considerado prematuro?
R: O bebê é considerado prematuro quando nasce abaixo de 37 semanas de idade gestacional
– Existem graus de prematuridade? Quais?
R: Sim. Prematuro extremo são bebês que nascem antes de 28 semanas; prematuro muito pré-termo são os que nascem entre 28 e 32 semanas; já o prematuro moderado chegam entre 28 e 37 semanas, sendo que entre 34 e 37 são pré-termo tardio.
– Quais fatores podem desencadear um nascimento prematuro?
R: Doenças maternas existentes antes da gravidez, como trombofilia ou doenças autoimunes; doenças adquiridas na gestação como infecções congênitas (sífilis, HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, covid-19, etc), infecções tipo corioamnoite; ou ainda doença hipertensiva específica da gravidez como descolamento de placenta, placenta prévia. Também existem condições anatômicas da gestante, que são os casos de útero bicorno, incompetência istmo cervical. Outros fatores são tabagismo, uso de drogas, desnutrição materna, trauma por acidente e violência doméstica.
– Quais os principais cuidados necessários com o bebê nascido antes do tempo? E com a mãe?
R: Quanto ao recém-nascido, são muitos cuidados, quanto maior a prematuridade, mais cuidados tem de ter. Com a mãe vai depender se ela tinha alguma doença ou problema que levou a prematuridade.
– Quando a prematuridade representar risco para o bebê? E para a mãe?
R: Para o bebê vai depender do grau da prematuridade, das causas da prematuridade, das condições de gestação e do parto. Para a mãe, quando for causada por determinadas doenças como DHEG, DPP, etc.
– É possível prever um nascimento prematuro?
R: Fazendo o pré-natal adequado, você pode perceber se a gestante tem risco ou indícios de trabalho de parto prematuro.
– É possível evitar?
R: Tudo depende da causa. Há situações em que o tratamento adequado do fator causal, além de cuidados da gestante como repouso, abandono de tabagismo e drogas, se tiverem envolvidos, alimentação adequada e, principalmente, acesso ao pré-natal adequado.
– Todo bebê prematuro precisa de internação?
R: Geralmente sim. Por risco de hipoglicemia, hipotermia e várias outras complicações. Muitas vezes um prematuro tardio pode até escapar de uma internação, desde tenha o parto próximo ao termo e peso adequados, sem ter outros fatores de risco associado
– Quando o bebê prematuro recebe alta?
R: Isso depende dos protocolos de cada serviço de neonatologia. Mas, em geral, quando a idade gestacional está corrigida em torno de 35-36 semanas, estando em ar ambiente, com peso entorno de 2 kg e aumentando, desde que esteja com toda dieta via oral e curado de outras comorbidades que apresente ao nascer.
– Qual o médico responsável pelo cuidado de um bebê prematuro?
R: O médico pediatra, sendo que existem neonatologista que fazem o acompanhamento desses prematuros.
– Quais as sequelas de um parto prematuro para o bebê? E para a mãe?
R: Ao recém-nascido vai depender do grau de prematuridade e das condições do parto e período neonatal. Para a mãe vai depender se teve doenças que levaram a prematuridade.
– Quais os cuidados pós-alta?
R: É preciso ter cuidado com ganho de peso, desenvolvimento neuropsicomotor, realizar acompanhamento com especialistas, se for o caso (neurologista, gastro, cardiologista, fisioterapeuta. Tudo vai depender da condição clínica na alta).
– O prematuro tem dificuldade de desenvolvimento na infância? E na vida adulta?
R: Pode ter, dependendo do fator que levou a prematuridade, das condições da gestação, do parto e do período neonatal.
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JULIANA ANTUNES SANTOS
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