O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, realizou, nesta sexta-feira (25), em Tauá (CE), diversas entregas e anunciou novos investimentos voltados ao desenvolvimento de cidades do semiárido do estado do Ceará, com destaque para as áreas de desenvolvimento territorial e urbano e de segurança hídrica.
Foram destinados R$ 2,6 milhões para apoio a produtores de leite, ovinos e caprinos da região. Os recursos, que foram repassados à Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará, contemplam um caminhão de pequeno porte com baú isotérmico, 21 tanques para resfriamento de leite, sendo 18 bovinos e três caprinos, 20 ensiladeiras móveis, kits de energia solar para abatedouro, equipamentos para estruturação de abate e um abatedouro de ovinos e caprinos no município de Catunda. As demais entregas foram para a cidade de Tauá.
“O presidente Lula sempre nos recomenda que o dinheiro do Governo Federal chegue aos pequenos produtores e, para isso acontecer, a política pública tem que chegar no agricultor familiar, no pescador, no irrigante, no extrativista, no artesão. E é isso que estamos fazendo aqui no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR)”, destacou Waldez Góes.
Durante o evento, o ministro também assinou um protocolo de intenções para a implantação, por meio da Companhia do Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), instituição vinculada ao MIDR, de um aterro sanitário e uma usina de tratamento de resíduos sólidos em Tauá e de um Centro de Integração Comercial e uma usina de tratamento em Juazeiro do Norte.
Waldez Góes assinou, ainda, ordem de serviço de mais de R$ 10,2 milhões para pavimentação de vias na cidade de Tauá, também por meio da Codevasf. Além disso, foram entregues dois caminhões basculantes à Prefeitura do município cearense. Em seguida, foi realizado o descerramento da placa de inauguração do trecho da estrada municipal que liga o aeroporto de Tauá à BR-02.
Usina de asfalto e sistema adutor
O ministro também assinou ordem de serviço para compra de usina móvel de asfalto e implementos para o município de Tauá, com valor de mais de R$ 3 milhões. Waldez Góes anunciou, ainda, investimentos de R$ 4,9 milhões para fomento e organização da cadeia têxtil e da moda em Tauá e outros R$ 14,2 milhões para estimular a produção agrícola na cidade cearense. Os recursos para essas ações serão repassados pelo MIDR ao governo do estado.
Por fim, o ministro participou da inauguração da primeira etapa do Sistema Adutor Tauá-Sertão dos Inhamuns, com acionamento do esguicho de água para marcar o início do funcionamento do sistema. Ao todo, o sistema conta com 42km de extensão, iniciando no Açude Arneiroz II e finalizando na unidade da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), na sede do município. A infraestrutura vai ajudar no abastecimento dos municípios de Tauá, Parambu e Catarina, beneficiando mais de 60 mil pessoas. O investimento na obra foi de R$ 64,6 milhões, somados recursos federais e do governo cearense.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, agradeceu o apoio do Governo Federal ao semiárido do estado. “O meu dever é fazer o máximo possível pelo povo do Ceará e garanto a vocês que, com um presidente como o Lula e um ministro como o Waldez, fica mais fácil. Além de investir, eles conversam, escutam nossas prioridades. Por isso, estou muito feliz com este momento que vive o município de Tauá, que certamente passará por um grande desenvolvimento após esses investimentos realizados”, declarou.
Rotas de Integração Nacional
Durante o evento, o ministro Waldez Góes assinou portaria que atualiza o Programa Rotas de Integração Regional, iniciativa do MIDR que busca estimular o empreendedorismo, o cooperativismo e a inclusão produtiva. O objetivo é fortalecer sistemas já existentes ou potenciais, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto, ganhem escala e possam comercializar com outras localidades, estados e até países.
“Quanto mais organizados estiverem os extrativistas, os pescadores, os agricultores, todos aqueles que tenham as atividades produtivas, mais benefícios eles terão. Isso porque podem comprar melhor o insumo, produzir com mais qualidade e comercializar melhor. Individualmente, fica muito complicado, não há escala para concorrer, tudo acaba ficando mais caro: o tempo, o investimento”, destacou o ministro. “As Rotas de Integração Nacional buscam exatamente possibilitar essa união e esse ganho coletivo para os produtores do País”, completou.
A secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo, destacou a importância das Rotas de Integração para o fomento aos pequenos produtores. “É um programa que transforma vidas, causa um impacto significativo no dia a dia das pessoas. Estamos em 3670 municípios do Brasil, sempre com a missão de levar desenvolvimento com base na sustentabilidade, e o Programa Rotas significa isso, apostar nos agricultores familiares, nas associações, nas cooperativas como alavancas de desenvolvimento regional”, apontou.
Rotas em Tauá
A cidade de Tauá conta com polos das Rotas do Cordeiro, da Apicultura e da Fruticultura. O polo da Rota do Cordeiro, inclusive, foi o primeiro de todos a ser implantado no âmbito do programa, em 2012, e conta com parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
“Nós estamos em uma região que concentra 50% do rebanho de caprinos e ovinos do estado do Ceará. Então, é um ponto muito relevante para o desenvolvimento dessa atividade. Por meio da Rota do Cordeiro, foram criadas várias ações relevantes para o desenvolvimento da região. Foi desenhado um modelo para assistência técnica e inserção rural que deu muito certo. A partir daí, os produtores passaram a se organizar para acessar mercados e ter um preço diferenciado para o produto”, explicou a chefe-geral da Embrapa para o setor de ovinos e caprinos, Ana Clara Rodrigues Cavalcanti.
Integrante da Rota do Cordeiro desde o início do funcionamento, o agricultor familiar Pedro Marcelino, de 51 anos, elogia o trabalho realizado na região pelo MIDR e parceiros. “Tenho um amor muito grande pelo setor primário, pois é onde gera renda, alimento, e movimenta a sustentabilidade do nosso país. Estou no ramo por acreditar no potencial”, afirma. “Somos uma cadeia produtiva que precisa ter um olhar diferenciado, que precisa receber atenção dos governos federal, estadual e municipal, pois essa atividade vai gerar uma boa condição de vida para as famílias, tanto social quanto econômica”, completa Marcelino.
Também participaram do evento o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Marcelo Moreira, o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Fernando Leão, e o gerente de Programas Especiais do Banco do Nordeste, Rubens Mota, entre outras autoridades.