A presença feminina no empreendedorismo brasileiro não para de crescer — e está longe de ser apenas uma tendência. De acordo com o Sebrae, mais de 10 milhões de mulheres estão à frente de negócios no país. Muitas delas encontram nesse caminho uma maneira de exercer liderança com mais liberdade, propósito e autonomia.
E mais: um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que, entre os novos empreendedores no Brasil, quase metade são mulheres. A motivação vai além do desejo de independência financeira — ela passa por reencontros com identidade, propósito e qualidade de vida.
“O que me levou a empreender foi, antes de tudo, a dor. Eu amava o que fazia, mas me sentia deslocada. Algo dentro de mim dizia que aquele caminho, apesar de confortável, talvez não fosse totalmente meu”, compartilha Thayanne Orsiolli, farmacêutica e empreendedora na área de saúde e bem-estar. Quando enfrentou dificuldades no diagnóstico de doenças alérgicas dos filhos, percebeu que precisava criar algo com mais empatia e escuta:
“Foi a soma dessas experiências — o amor pelo meu trabalho, a sensação de não pertencimento, a dor como mãe e a indignação — que me impulsionou a criar o meu próprio negócio. Um espaço onde pudesse ser empática, escutar com atenção ao que realmente importa e muitas vezes trazer solução para o que era impossível!”
O que conecta histórias como a de Thayanne a tantas outras é um desejo comum: liderar à própria maneira, conciliando realização profissional com vida pessoal.
“Cresci cercada por mulheres incríveis que lideravam dentro de casa. Mas eu queria mais. Queria ser mãe presente e, ao mesmo tempo, profissional realizada”, diz Yara Santos, especialista em RH e empreendedora. Ela conta que foi no empreendedorismo que encontrou a possibilidade de unificar dois mundos: o da mulher profissional e o da mãe presente.
“Foi então que enxerguei no empreendedorismo uma resposta possível. Uma forma de unificar os dois mundos: o da mulher profissional e o da mãe presente. Hoje, como dona do meu próprio negócio, me sinto realizada. Lidero a minha empresa com os meus valores, no meu tempo, e com propósito.”
A comunicadora e empreendedora Roberta Da Trindade, idealizadora e apresentadora do podcast ¡Habla Empreendedora, fundadora da rádio Habla FM e da Efoco Soluções Comerciais, também reconhece o empreendedorismo como caminho de voz e liberdade.
“Meus projetos de empreendedorismo nasceram com pouco recurso financeiro. Mas que a falta de recursos não se torne desculpa para buscar, sonhar, criar e crescer. Meu podcast, que nasceu de um projeto colaborativo entre mulheres, virou programa de rádio — e agora será o primeiro podcast adaptado para TV aberta.”
Roberta oferece consultorias voltadas à produção de podcasts para empreendedores e lidera uma empresa de soluções comerciais voltados ao recrutamento e desenvolvimento. “Acredito profundamente que empreender é um jeito de ocupar espaços. Quando uma mulher fala com clareza sobre o que faz, sobre o que acredita, ela se torna referência — e isso inspira outras.”
A força dessas escolhas também aparece no relato de Grasieli Wiesenhütter, consultora de carreira e gestão de pessoas. “Vejo o empreendedorismo como uma poderosa ferramenta de transformação, tanto pessoal quanto coletiva”, afirma.
Depois de anos no mundo corporativo, Grasieli percebeu que poderia reinventar a forma como o trabalho é vivido: com mais propósito, liberdade e sentido.: “Hoje, ajudo outras pessoas a também liderarem suas jornadas com clareza, consciência e autenticidade.”
Mas apesar do crescimento do empreendedorismo feminino, os desafios ainda são reais: as mulheres seguem enfrentando mais dificuldade de acesso a crédito, sobrecarga de trabalho e desigualdade de oportunidades. Segundo o Instituto Rede Mulher Empreendedora, 43% das mulheres empreendedoras cuidam sozinhas dos filhos e da casa enquanto tocam seus negócios. Ainda assim, elas seguem em frente.
“Ainda existem olhares enviesados e julgamentos por ser mulher e estar em ambientes corporativos liderando com autenticidade. Mas hoje tenho clareza do meu papel: dizer ‘sim’ ao que me fortalece e ‘não’ ao que me aprisiona”, destaca Yara.
E completa: “Empreender é dar voz a um sonho e transformá-lo em realidade. E esse sonho pode — e deve — ter a cara de quem o sonha.”
Essa transformação não é apenas individual. Ao criar seus próprios negócios, mulheres estão moldando uma nova cultura de liderança — mais empática, consciente e conectada com valores humanos. Elas estão criando seus próprios modelos, ocupando espaços com autenticidade e convidando outras a fazerem o mesmo.
Porque, no final das contas, liderar também é sobre decidir. E quando uma mulher decide liderar sua vida, seu tempo e seu negócio — o impacto é coletivo.
Contribuíram com esta matéria:
Roberta Da Trindade – apresentadora e idealizadora do ¡Habla Empreendedora, fundadora da rádio Habla FM e da E-foco Soluções, administradora, consultora, especialista em gestão comercial e treinadora.
@hablafm @hablaempreendedora @robertadatrindade_ @efocosolucoes
Yara Santos – especialista em RH
(41) 99940-84760
@yarasantos.rh
Grasieli Wiesenhütter – consultora de carreira e gestão de pessoas
linkedin.com/in/grasieliwiesenhutter
Thayanne Orsiolli – farmacêutica integrativa, empreendedora na área de saúde e bem-estar
[email protected] | @drathayanneorsiolli
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ROBERTA FABIANI DA TRINDADE
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