A montanhista Aretha Duarte, primeira mulher negra latino-americana a alcançar o topo do Everest, já deu início à sua nova jornada épica e simbólica: uma expedição ao Monte Kilimanjaro, o pico mais alto da África, com 5.895 metros de altitude no cume Uhuru. Essa expedição representa mais que um desafio físico; é um resgate da ancestralidade e um marco pela equidade e inclusão social.
Para essa aventura, Aretha reuniu uma equipe de montanhistas negros que compartilham o propósito de superação e transformação pessoal. “O Kilimanjaro simboliza mais que uma conquista de altitude; é uma conexão profunda com nossas raízes. Quero que cada pessoa nessa jornada enxergue o quanto é capaz de se desafiar, de descobrir forças interiores e de abrir caminhos para outros, porque ocupar esse espaço é poderoso,” afirma Aretha.
Jorge Afonso, 41 anos, analista de sistemas e um dos integrantes da expedição, expressa a emoção de participar da jornada: “Estou ansioso porque é uma viagem histórica. Ninguém da minha família nunca foi para a África. Eu, enquanto homem preto, estou descobrindo agora a necessidade de buscar a ancestralidade e resgatar a beleza negra e a autoestima preta. E nossa origem. Poder curtir uma aventura, conhecer um lugar diferente, alegre e inteligente. Poder viver isso de perto é enriquecedor.”
Outro membro da equipe, Danilo Mendes, 39 anos, operador de terminal, destaca o desafio da escalada e o apoio de Aretha: “Eu sei que não vai ser fácil. A gente sabe que são quase seis mil metros, então é bem desafiador mesmo. Tem diversas estações, então a gente sabe que vai ser algo bem desafiador, mas fico tranquilo por estar ao lado da Aretha. A Aretha é uma grande referência, é uma grande profissional no esporte. Ela é uma grande guia, então isso nos dá tranquilidade, mas ela já deixou bem claro que não vai ser fácil.”
Uma Expedição Afirmativa
Além do desafio físico, a equipe vivencia a diversidade climática única do Kilimanjaro, que passa de florestas tropicais na base a campos glaciais no topo. Patrimônio da Humanidade desde 1987, o Kilimanjaro simboliza a ancestralidade africana, profundamente presente na formação cultural brasileira, ressaltando a importância da história e da cultura do continente para o Brasil.
Aretha deseja inspirar novas gerações negras a se aventurarem pelo montanhismo e a explorarem a natureza, áreas onde sua representatividade é baixa. Patrocinada pela empresa Moove, a expedição conta com bolsistas que puderam realizar o sonho de participar dessa jornada transformadora, especialmente significativa no mês da Consciência Negra.
Os montanhistas selecionados passaram por um criterioso processo, exigindo, além do condicionamento físico avançado, experiência em acampamento e o desejo de superar desafios em um contexto internacional.
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Carlos Augusto Rodrigues Arruda
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