Em 23 de novembro é celebrado o 16º Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil. O objetivo da data é alertar sobre a importância do diagnóstico precoce, além de estimular ações em prol das crianças e adolescentes com câncer. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer é a primeira causa de morte por doença entre pessoas de 1 a 19 anos no Brasil.
A estimativa do órgão é que, para cada ano do triênio entre 2023 e 2025, sejam registrados 7.930 novos casos nesta faixa etária. Ainda de acordo com o instituto, foram registradas 2.425 mortes nesta camada da população em 2021. Na infância, os tipos mais comuns de câncer são as leucemias, câncer da medula óssea; os linfomas, câncer do sistema linfático; e os tumores de sistema nervoso central.
Diante deste cenário, a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) unem esforços em torno desta data e chamam a atenção para a necessidade de colocar o tema em pauta e dar visibilidade aos avanços e os desafios do câncer infantojuvenil no país.
Um dos maiores desafios destacados pela oncologista pediátrica e presidente da CONIACC, Dra. Teresa Fonseca, é o da desigualdade na possibilidade de sobrevida dos pacientes nas diferentes regiões brasileiras. No dia a dia, essas discrepâncias se manifestam, por exemplo, na dificuldade em se obter o acesso no tempo adequado ao tratamento. “Todas as crianças do Brasil precisam de um acesso mais rápido. No Norte e no Nordeste, há mais carências”, enfatiza.
Em países de alta renda, 80 a 85% das crianças diagnosticadas com câncer podem sobreviver. Já no Brasil, o percentual varia de região para região, com uma média nacional de 64%. A Dra. Carolina Vince, médica oncologista pediátrica e membro da SOBOPE, ressalta que uma das causas para essa disparidade está na dificuldade de se fazer o diagnóstico precoce e preciso.
“Toda criança que apresente sinais e sintomas que podem ser associados ao câncer deve ser imediatamente encaminhada aos centros de referência. Essa ação rápida permite que seja feito o diagnóstico precoce e correto. Por isso é que existe essa luta pela equidade ao acesso e pela qualidade no atendimento por parte das instituições envolvidas”, ressalta a Dra. Carolina Vince.
Diferenças regionais
No âmbito nacional, as diferenças regionais são imensas. Dos sete estados da região Norte, apenas dois, Amazonas e Pará, ofertam serviço de oncologia pediátrica. A situação é agravada pelas longas distâncias e pela limitação de exames laboratoriais que “resultam em uma triste realidade sanitária”.
Os dados foram apresentados por Aline Leal, assessora técnica da coordenação geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde, por ocasião da 355º Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde. A declaração foi reproduzida em reportagem sobre o evento publicada pela Assessoria de Comunicação do Conselho Nacional de Saúde.
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NADJA CRISTINA CORTES PENTEADO
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