Casos de transtornos mentais disparam e as empresas precisam estar preparadas para entender e acolher
O número de afastamentos devido aos transtornos mentais aumentou em 2023. Seguimos uma tendência de alta e o acolhimento nas empresas pode ser a primeira saída para evitarmos a perda de vidas tão importantes
A quantidade de pessoas afastadas do trabalho por causa de transtornos mentais aumentou 20% em 2023 ante o ano anterior, segundo pesquisa da It’sSeg Company – foram concedidos 288.041 benefícios por incapacidade devido a esse conjunto de doenças.
De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 86% dos brasileiros têm algum transtorno mental, como ansiedade e depressão, o que influencia na saúde mental dos trabalhadores.
Essa é uma realidade, e equilibrar a saúde mental com o trabalho tem se tornado cada vez mais relevante para os brasileiros, segundo pesquisa do Infojobs, que apurou que 86% dos funcionários mudariam de emprego para preservar a saúde mental. O mesmo estudo indicou que 61% deles não se sentem satisfeitos ou felizes no trabalho, e a maioria (76%) já conheceu alguém que precisou se afastar das atividades de trabalho por razões psicológicas. Somado a esses resultados, 86% dos participantes acreditam que as empresas não estão preparadas para lidar com a saúde mental dos funcionários.
Esse assunto é muito sério, pessoas sem o tratamento adequado podem se ver sem saída e tomarem decisões que podem causar ainda mais sofrimento e dor.
Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.
De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
O médico, gestor em saúde, diretor da Oncare Saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), Dr. Ricardo Pacheco, ressalta, há algum tempo, que os distúrbios mentais estão muito presentes na vida corporativa, e que ainda há um estigma a ser superado. “Demorou, mas uma Portaria do Ministério da Saúde atualizou a lista de doenças relacionadas ao trabalho, incluindo o burnout, ansiedade e depressão. O trabalhador pode adquirir estabilidade de 12 meses no emprego, após a alta médica, se a causa da doença estiver relacionada ao trabalho. Mas o grande desafio permanece o mesmo: quebrar o paradigma de que saúde mental é algo superficial, ainda mais no ambiente de trabalho”.
Ações que podem ser adotadas pelas empresas para detectar, prevenir acolher os trabalhadores
Para o gestor, as empresas têm um papel de protagonismo com relação ao cenário psicossocial intramuros, mas é preciso entender que essa é uma nova realidade. “São nas organizações que os trabalhadores permanecem a maior parte de seu tempo, assim, é possível adotar ações planejadas para detectar, prevenir e acolher os trabalhadores em questões relacionadas à saúde mental e ao bem-estar no ambiente de trabalho. Contudo, só é possível chegar nessa fase de resolver, se a gestão entender que esse já é um problema organizacional”.
Cinthia Bueno Espadafora, Engenheira de Segurança do Trabalho e Diretora Técnica da Oncare Saúde, destaca estratégias que visam identificar os trabalhadores que estejam doentes. “É possível aplicar pesquisas e avaliações regulares de clima para identificar problemas de estresse, sobrecarga ou insatisfação entre os trabalhadores. Treinar líderes e equipes de recursos humanos para identificar sinais de esgotamento, queda na produtividade, faltas recorrentes ou comportamentos que indiquem desgaste emocional, também é uma estratégia eficiente; bem como disponibilizar ferramentas ou apps que ajudem os trabalhadores a monitorarem seu próprio bem-estar mental”.
O médico destaca a importância de investir, sempre, na prevenção. “Implementar programas que incentivem a prática de atividades físicas, alimentação saudável e equilíbrio entre vida pessoal e profissional é uma forma eficiente de prevenir; bem como criar espaços de relaxamento e promover pausas regulares para reduzir o estresse. Outra estratégia que dá resultados é oferecer treinamentos para gerenciar a ansiedade, melhorar a comunicação e desenvolver resiliência emocional; além, claro, de disponibilizar apoio psicológico e fomentar uma cultura organizacional onde todos se sintam à vontade para discutir suas dificuldades sem medo de estigmatização”, destaca Dr. Ricardo Pacheco.
Uma rede de apoio pode prevenir a adoecimento e oferecer suporte adequado
Muitas empresas, entendendo a urgência que a questão demanda, montaram (com ajuda de especialistas em gestão de saúde e segurança no trabalho), redes de apoio, grupos onde os trabalhadores possam compartilhar suas experiências e buscar ajuda mútua.
Para o diretor da Oncare, esses grupos funcionam como um espaço seguro, onde todos podem compartilhar suas experiências e emoções, recebendo acolhimento e escuta ativa. “Nossa experiência nos mostra que ao proporcionar esse tipo de suporte, a empresa contribui para a diminuição do estresse e da ansiedade, fatores que estão frequentemente relacionados ao adoecimento mental. Além disso, esses grupos ajudam a promover uma cultura de bem-estar e apoio mútuo. Quando os trabalhadores percebem que a empresa valoriza sua saúde mental e oferece um ambiente onde eles se sentem cuidados, isso gera maior engajamento, motivação e senso de pertencimento. Uma cultura de bem-estar é essencial para a produtividade e para a criação de um clima organizacional saudável”, enfatiza Dr. Ricardo Pacheco.
A executiva Cinthia Bueno Espadafora concorda, e complementa afirmando que a implementação de grupos de apoio também oferece suporte adequado em momentos de crise ou dificuldade pessoal. “Por meio de profissionais especializados ou facilitadores treinados, esses grupos podem orientar os trabalhadores na busca de soluções e tratamentos, prevenindo o agravamento de distúrbios mentais. Essa iniciativa, além de melhorar a qualidade de vida no trabalho, demonstra que a empresa se preocupa com o ser humano de forma integral”, completa a Engenheira de Segurança do Trabalho e Diretora Técnica da Oncare Saúde.
Sobre a Oncare Saúde
A Oncare Saúde é uma plataforma de solução integrada de saúde, que oferece consultoria para empresas. Inclui assistência médica e ações de promoção, proteção, recuperação e reabilitação.
Além de auxiliar as empresas na implementação do e-Social, a Oncare promove a proteção da vida e da saúde dos trabalhadores; ajuda as organizações a entenderem e cumprirem essas regulamentações, evitando problemas legais; fomenta a redução dos custos, já que menos acidentes significam menos despesas com tratamento médico, pagamento de licenças por doença e indenizações; propicia o aumento da produtividade; melhora a imagem da empresa; minimiza os riscos de litígios e promove a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.
A Oncare Saúde é presidida pelo médico Dr. Ricardo Pacheco, CRM-SP 87570 I RQE 22.683.
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SANDRA MARIA DA CUNHA
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