Avançando sua posição no mercado de energia limpa no Brasil, a empresa chinesa BYD (cuja sigla significa Build Your Dreams ou Construa Seus Sonhos, em português), investiu mais R$ 6 milhões em um novo laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), localizado em Campinas, que deverá ser o primeiro na América Latina dedicado ao estudo de todo o ciclo de produção dos módulos fotovoltaicos, indo desde o beneficiamento do quartzo (minério de silício), até os testes dos produtos finais.
Com este investimento, a companhia aumenta para R$ 65 milhões o valor aplicado em P&D para o setor fotovoltaico no País.
Segundo Rodrigo Garcia, gerente de P&D da BYD Energy, “essa iniciativa só comprova que o Brasil tem o potencial de ser autossuficiente na produção de módulos fotovoltaicos, pois foi o 3° maior exportador de silício do mundo em 2022. O nosso objetivo é estimular e fortalecer a produção em território nacional, com pesquisa e desenvolvimento diretos do Brasil.
O novo laboratório foi inaugurado no dia 15 de dezembro, em cerimônia que contou com a presença de Stella Li, vice-presidente executiva global da BYD, Tyler Li, CEO da BYD Brasil, Dário Saad, Prefeito de Campinas, e Felício Ramuth, Vice-governador de São Paulo.
De acordo com Stella Li, a nova instalação marca “o compromisso da empresa em trazer não apenas suas principais soluções para o mercado brasileiro, mas também toda a execução de P&D dessas tecnologias”. Ela também disse que a BYD vai trazer para o Brasil o Battery Service Center, para dar suporte a todas as operações relacionadas com produtos que envolvam baterias BYD no País e em toda a América Latina. “Esta operação garantirá serviço de excelência para toda a região”, disse a executiva. Ela também confirmou que a BYD vai ampliar sua atuação no Brasil, iniciando a comercialização de carregadores rápidos para veículos eletrificados.
A BYD informa que em 2023 atingiu o marco de 2,3 milhões de módulos fotovoltaicos fabricados no Brasil, um número expressivo. A ideia da empresa, conforme a demanda aumente, é passar a fabricar todos os componentes no País e para isto precisa garantir o suprimento de matéria-prima. No caso do silício, atualmente a empresa está testando amostras recebidas de estados como Minas Gerais, Bahia e Goiás, visando o desenvolvimento de futuros fornecedores locais, o que é um dos objetivos do novo laboratório.
Parte dos investimentos da empresa em P&D é direcionada a estudos realizados em parceria com as principais universidades e institutos do Brasil, como Unicamp, Unesp, CTI Renato Archer, UFSC, Instituto Eldorado, entre outros. “A BYD já investiu R$ 7 milhões em equipamentos para sua usina própria, que conta com uma estação meteorológica completa e dedicada ao estudo dos mais diversos tipos de módulos fotovoltaicos em solo tropical”, informa a companhia. O centro de P&D brasileiro da BYD já desenvolveu vários módulos fotovoltaicos.
A BYD chegou ao Brasil em 2015, quando inaugurou sua primeira fábrica de montagem de chassis de ônibus 100% elétricos em Campinas (SP). Em 2017, abriu uma segunda fábrica, também em Campinas, para a produção de módulos fotovoltaicos. Para abastecer a frota de ônibus elétricos, a empresa iniciou, em 2020, a operação de sua terceira fábrica no Brasil, no Polo Industrial de Manaus (PIM), dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio (LiFePO4). A empresa também é responsável por um projeto de SkyRail (monotrilho) na cidade de São Paulo, com a Linha 17 – Ouro. Além disso, a BYD comercializa no Brasil sistemas de armazenamento de energia, inversores, empilhadeiras, caminhões, furgões e automóveis, todos elétricos e com baixa emissão de poluentes.
Em novembro de 2021, a empresa deu o primeiro passo para o início da comercialização de automóveis de passeio no país e hoje já conta com cinco modelos lançados e uma rede consolidada de concessionárias em operação. Em abril de 2022, a BYD Energy inaugurou novas instalações e uma completa linha de módulos fotovoltaicos no mercado brasileiro e, neste ano, atingiu a marca de 2,3 milhões de painéis fotovoltaicos produzidos no país.
Por: Francisco Alves