Um conjunto de vozes que foi muito além do estereótipo de um coral, com jovens encenando, dançando e numa harmonia exata entre cantores, regente e pianista. Na apresentação especial do Coral Jovem Heliópolis, promovida pela Fundação CASA e o Baccarelli para os adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação CASA Ouro Preto, no Complexo da Vila Maria, na capital paulista, tanto os jovens atendidos, quanto familiares e servidores se emocionaram com o repertório eclético trazido pelos cerca de 40 integrantes do Coral.
“Essas pessoas são muito talentosas, com vozes muito bonitas e com tudo muito bem coreografado”, avaliou um dos adolescentes da Fundação CASA Ouro Preto. “Eu achava que seria chato ver um coral, mas foi muito legal, com um trabalho em equipe muito bom, de saber quando baixar e aumentar a voz”, se surpreendeu um segundo jovem do centro de atendimento ao assistir à performance. A quadra coberta do CASA Ouro Preto foi ao mesmo tempo palco e plateia para a apresentação na tarde da última sexta-feira (25).
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, e o CEO do Baccarelli, Edilson Ventureli, assistiram à apresentação e destacaram o quanto a experiência foi enriquecedora para os jovens.
“Para os adolescentes da Fundação CASA, foi um momento de contemplação e de reflexão sobre o presente e o futuro, vendo que jovens como eles, com realidades muito próximas, vindos da periferia, quando acessaram uma oportunidade, agarraram e procuraram se desenvolver. É uma mensagem de que os jovens da Fundação CASA também podem acessar a cultura e sonhar com um futuro distinto”, avaliou a presidente Claudia Carletto.
A ação foi parte da parceria entre as duas instituições, que visa promover o acesso à cultura e à música como ferramenta de transformação social. Um exemplo desse impacto é o jovem Eduardo (nome fictício), de 17 anos, ex-interno da CASA Ouro Preto que, após aprender violino durante o cumprimento da medida, foi encaminhado ao Baccarelli, onde hoje estuda e trabalha.
Sob a regência do maestro Otávio Piola e acompanhamento da pianista Edilaine Monteiro, os integrantes do Coral Jovem Heliópolis levaram um repertório que foi da Música Popular Brasileira (MPB) ao erudito, passando pelo samba e sertanejo, com canções como Flor de Lis (de Djavan), Romaria (de Renato Teixeira) e O show tem que continuar (de Arlindo Cruz).
“Nós sabemos como a vida de uma pessoa é moldada pelas oportunidades e pelos exemplos que lhes são dados. Nossa missão aqui é inspirar esses jovens, mostrar que eles são dignos e que podem construir um futuro diferente. Quando uma pessoa acredita em seu potencial, ela é capaz de mudar sua realidade e impactar positivamente a sociedade”, afirmou Edilson Ventureli, CEO do Baccarelli.
Para o gerente de Arte e Cultura da Fundação CASA, Wellington Araújo, a apresentação proporcionou uma sinergia entre os adolescentes de ambas instituições. “Quando os adolescentes da Fundação CASA recebem os jovens do coral de Heliópolis, que possuem uma condição socioeconômica muito parecida com a deles, houve uma empatia imediata, fora a surpresa em verem que é um coral incomum, que dança e encena, não aqueles típicos de igrejas”, explicou Araújo.
Sobre o Baccarelli
Uma das principais organizações sociais sem fins lucrativos do país, o Instituto Baccarelli há mais de 28 anos, em sua sede, na favela de Heliópolis, um dos mais respeitados programas de transformação social por meio da educação. É responsável pela criação da primeira orquestra em uma favela no mundo, a Orquestra Sinfônica Heliópolis. Desde 2022, é responsável pela gestão de 12 CEUs da cidade de São Paulo por meio de contrato firmado com a Secretaria Municipal de Educação, com quem também conquistou um contrato para a execução do Projeto Escola Aberta em 10 EMEFs.
Sobre a Fundação CASA
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.
Mais informações em: https://fundacaocasa.sp.gov.br/.
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CAMILA APARECIDA DE SOUZA
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