O aumento vertiginoso de casos de dengue só neste ano colocou Minas Gerais em situação de emergência: já são 311.063 notificações prováveis da doença, segundo o boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG); com isso, o estado tem o maior número de registros no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.
O combate à proliferação do Aedes aegypti depende de atitudes simples, como eliminar água de recipientes que podem virar criadouros do mosquito, manter calhas limpas e a caixa d’água fechada, colocar telas nas janelas, além do uso de repelentes e roupas leves que cubram a maior parte do corpo, mas é igualmente importante entender os sintomas da doença infecciosa para buscar ajuda médica imediata.
O diagnóstico precoce evitará complicações, inclusive nos olhos. Segundo a Dra. Paula Veloso Avelar Ribeiro, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais, apesar de pouco falado, a dengue pode causar inúmeras alterações na visão, tanto externamente como na retina e no vítreo. “Pacientes podem ter hemorragias subconjuntivais, que são manchas vermelhas na parte branca dos olhos; inflamações na parte externa dos olhos, como conjuntivites e esclerites; na retina podem ter edema macular, oclusões vasculares e descolamento seroso de retina; uveítes e neurite no nervo óptico”, esclarece.
Tais condições oculares provocadas pela dengue podem causar baixa visão, manchas na visão, olhos vermelhos e fotofobia. “Alguns estudos indicam que a maioria dos pacientes que tiveram os olhos afetados pela dengue têm sua visão restabelecida. No entanto, embora mais raras, algumas lesões podem ser permanentes. Cabe ao oftalmologista tratar precocemente a alteração ocular, quando possível, para reduzir as chances de complicações e danos irreversíveis. Ao sinal de qualquer desconforto visual, além dos sintomas sistêmicos da dengue, procure um serviço de oftalmologia de urgência”, alerta a oftalmologista que é especialista em retina e uveíte.