Nos últimos anos, diante do desemprego e da instabilidade causados pela pandemia de covid-19, muitas mulheres precisaram criar suas próprias oportunidades profissionais. Muitas lançaram negócios inovadores, abriram empreendimentos ou ainda se reinventaram na área como freelancers ou autônomas, o que demonstra a capacidade de adaptação e resiliência da mulher. No dia 19 de novembro, é celebrado o Dia do Empreendedorismo Feminino e, apesar do crescimento no número de empreendedoras, essa tendência reflete um cenário desafiador dentro do mundo empresarial.
A participação de mulheres no mercado empreendedor aumentou de forma significativa nos últimos anos. Segundo a pesquisa Empreendedorismo Feminino 2022, realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o número de mulheres donas de negócios no Brasil chegou a 10,3 milhões, um aumento de 30% de 2021 para 2022 e um recorde desde o início do acompanhamento, em 2016.
De acordo com Jennifer Chen, CEO da JC Capital e especialista em captação de investimentos, as mulheres enfrentam desafios maiores do que os homens no cenário corporativo. No setor em que atua, no universo dos negócios e da captação de investimentos, Jennifer ainda se vê, muitas vezes, como a única mulher presente. O cenário é predominantemente masculino e, quando não está sozinha, é acompanhada de poucas outras mulheres. “O mundo do empreendedorismo apresenta desafios para ambos os gêneros, mas, para as mulheres, as barreiras tendem a ser mais significativas. Por vezes, somos questionadas sobre a nossa capacidade e, quando estamos juntas, nos apoiamos”, afirma.
“Quero estar cada vez mais ao lado de mulheres na área de negócios e investimentos. Quero ver mais mulheres conquistando espaço nesse setor, mesmo em ambientes onde a maioria ainda é masculina. Também busco me conectar com mulheres investidoras, porque acredito na visão estratégica e diferenciada que podemos trazer. Trabalhar com mulheres e apoiá-las é o caminho que acredito ser essencial para o futuro do empreendedorismo feminino”, afirma Jennifer Chen.
Segundo a empresária, é necessário um esforço coletivo para mudar a baixa representatividade feminina nesse meio. “Já existem estudos que comprovam os impactos positivos do empreendedorismo feminino na sociedade. O que falta são mais oportunidades”.
Jennifer Chen, CEO da JC Capital [Fonte: Divulgação]
O empreendedorismo feminino também complementa a ampliação da representatividade das mulheres em posições de liderança nas empresas. A presença de mulheres à frente de negócios pode resultar em melhor representação em mercados de consumo. De acordo com a pesquisa Sebrae Delas Mulher de Negócios, de 2021, as mulheres possuem qualidades variadas que as tornam líderes eficazes, incluindo habilidades interpessoais aprimoradas, sensibilidade para compreender as necessidades dos outros, empatia e forte capacidade de inovação e criatividade.
Denise Maia, uma das principais referências no Brasil em treinamento e consultoria de LinkedIn, começou a empreender superando dois desafios de uma vez: ser mulher e depois dos 50 anos. Mas ela não se preocupou com o sexismo e nem com o etarismo. A fundadora da DMS, que completou dez anos em 2024, destaca que mulheres são rotuladas de forma negativa e isso acaba atrapalhando seu crescimento corporativo.
“Estereótipos de gênero relativos à emoção são um obstáculo para mulheres crescerem. E olha que muita coisa já mudou. Empreender, por exemplo, requer força, determinação e muita sensibilidade. Eu particularmente acho essa combinação muito atrativa para os negócios, um diferencial que temos perante aos homens”, destaca.
Denise Maia, CEO da DMS e autora do livro “O LinkedIn me achou, e agora?” [Fonte: Divulgação]
Denise também acredita que fatores sociais e preconceitos também prejudicam empreendedoras. “As mulheres enfrentam dificuldades no empreendedorismo, principalmente por desigualdade na distribuição de recursos, sobrecarga com tarefas domésticas e preconceitos de gênero, que limitam redes de contato, visibilidade e acesso a oportunidades de crescimento.”
Karen Miura é a primeira mulher a assumir o cargo de CVO (Chief Visionary Officer) no mercado financeiro, pela Bravo, uma empresa de tax e tecnologia no Brasil que incentiva a participação feminina no mercado. “A melhor resposta em face de posturas descabidas de determinados empresários é apoiarmos, como consumidores, empresas com valores e propósitos de equidade. Na Bravo 70% da liderança é feminina, da qual também faço parte com muito orgulho”, destacou.
Além da carreira como executiva, Karen tem uma empresa de mentoria chamada Maternidade Executiva que auxilia mulheres a conciliar vida materna e a carreira profissional. O objetivo dela como empreendedora é transformar a maternidade em uma força motriz para o sucesso profissional tanto como empreendedoras quanto executivas, de modo prático e acessível.
A experiência de Karen como mãe e líder faz com que a empreendedora preste uma mentoria com visão humanizada e prática para as mulheres dos negócios que aspiram ou já ocupam cargos de liderança.
Karen Miura, CEO da comunidade Maternidade Executiva e autora do livro “Maternidade Executiva – De janeiro a dezembro, porque aqui não tem férias!” [Fonte: Divulgação]
Outra ferramenta que Karen Miura oferece para apoiar mulheres empresárias é o seu livro “Maternidade Executiva – De janeiro a dezembro, porque aqui não tem férias!”. A obra serve como um guia prático para aqueles que buscam equilibrar a maternidade e o sucesso na carreira, apresentando um cronograma que alinha prazos do corporativo às responsabilidades maternas. Com 13 capítulos, o livro traz orientações mensais e dicas estratégicas que ajudam as mulheres mães a melhorarem a rotina, fazendo com que a maternidade não atrapalhe ou impeça o crescimento empresarial.
“A maternidade pode andar de braços dados com o empreendedorismo feminino. Empoderar mães que estão no mundo dos negócios, ajudando-as a manter o equilíbrio da vida profissional e pessoal é meu objetivo como empreendedora. É, sim, possível ser uma grande gestora e uma mãe excepcional sem renunciar os sonhos ou a família”, finaliza Karen.
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THAIS MOREIRA CIPOLLARI
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