No marco do Dia Mundial da Saúde Mental, que ocorre hoje, 10 de outubro, é imprescindível abordar a saúde mental sob uma perspectiva de redução de danos e a necessidade urgente de uma política de drogas antiproibicionista, que priorize o cuidado e o respeito aos direitos humanos, recomendação ratificada recentemente pela Organização Mundial da Saúde e reconhecida pela Organização das Nações Unidas. Segundo a própria OMS, mais de 970 milhões de pessoas são afetadas por transtornos mentais ou pela utilização problemática de substâncias.
“No contexto da redução de danos, o papel do psiquiatra é crucial para acompanhar indivíduos que fazem uso de substâncias e podem estar em risco de desenvolver (ou já apresentar) transtornos relacionados ao uso de drogas. Profissionais de psiquiatria que aderem à filosofia de redução de danos trabalham para oferecer tratamentos que visam minimizar os riscos e impactos negativos do uso de substâncias, sem impor a abstinência como única solução.”, destaca a psicóloga e especialista em redução de danos, Alice Reis.
“Já os profissionais da psicologia trabalham diretamente com questões como ansiedade, depressão, traumas, conflitos familiares, relacionamentos e dificuldades na vida cotidiana, oferecendo suporte em momentos de crise e ajudando o paciente a desenvolver habilidades de enfrentamento”, pontua Reis.
Redução de danos, saúde mental e uso de substâncias
A abordagem de redução de danos busca minimizar as consequências adversas associadas ao uso de drogas, reconhecendo que muitos indivíduos podem não estar prontos para a abstinência total. Essa estratégia foca em fornecer informações, recursos e apoio, permitindo que as pessoas façam escolhas mais seguras e informadas.
Além disso, a criminalização do uso de substâncias não só agrava a crise de saúde mental, mas também impede o acesso a serviços de saúde essenciais. Uma política de drogas antiproibicionista é vital para garantir que todos tenham acesso a tratamento adequado, sem medo de represálias ou estigmas.
“A promoção da saúde mental deve estar alinhada com a redução de danos e com a defesa de políticas que respeitem a dignidade e os direitos de todos os indivíduos. É crucial que as políticas públicas estejam embasadas em evidências científicas e na promoção do bem-estar, não na punição.”, reforça Alice Reis, que é fundadora da plataforma de educação Girls in Green.
Quais as principais diferenças de enfoque e atuação dos psicólogos e dos psiquiatras em uma perspectiva de redução de danos
Os psicólogos são profissionais especializados no comportamento humano e na saúde mental. Seu foco principal é a psicoterapia, que ajuda os indivíduos a lidarem com emoções, pensamentos e comportamentos, promovendo o autoconhecimento e a mudança de padrões. Atuando em diversas áreas, como clínica, escolar e organizacional, eles oferecem um espaço seguro para discutir questões como ansiedade, depressão e traumas, especialmente no contexto da redução de danos, onde a abordagem é sem julgamentos e voltada para a segurança do paciente.
Os psiquiatras, formados em medicina e especializados em saúde mental, têm um papel crucial no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais. Eles podem prescrever medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos, e realizar avaliações psiquiátricas para desenvolver planos de tratamento adequados. No contexto da redução de danos, os psiquiatras que adotam essa filosofia ajudam a minimizar os riscos associados ao uso de substâncias, respeitando as escolhas do paciente.
A principal diferença entre psicólogos e psiquiatras reside na formação e nas abordagens de tratamento. Enquanto psicólogos focam na psicoterapia, os psiquiatras utilizam uma abordagem médica que pode incluir a prescrição de medicamentos. Muitas vezes, a combinação de ambos os tratamentos é a solução mais eficaz para condições complexas.
Buscar um profissional de saúde mental é essencial quando emoções, pensamentos ou comportamentos afetam negativamente a vida diária. Sinais de alerta incluem tristeza persistente, crises emocionais intensas ou uso abusivo de substâncias. O apoio de psicólogos e psiquiatras é vital, mesmo fora de situações de emergência, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e emocional.
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GABRIEL DE LUCIA MURGA
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