No dia 3 de novembro, celebramos o Dia Mundial da Saúde Única, uma data instituída pela One Health Commission, One Health Platform e One Health Initiative Team. Desde 2016, essas organizações globais multidisciplinares destacam a interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental. O Brasil, alinhando-se a esse movimento global, sancionou a Lei nº 14.792 em 5 de janeiro de 2024, oficializando a data com o mesmo propósito: promover a conscientização sobre a interdependência das saúdes humana, animal e ambiental, conceito introduzido pela Wildlife Conservation Society em 2004.
A celebração deste dia nos alerta sobre os limites planetários, um conceito crucial discutido por Begon e Townsend em seu livro “Ecologia de Indivíduos e Ecossistemas”, publicado em 2023. Eles descrevem como as atividades humanas podem desestabilizar o sistema terrestre, afetando fluxos bioquímicos, o ozônio estratosférico, o clima, o uso da terra e da água, a carga de aerossóis atmosféricos e a integridade da biosfera.
Vivemos no Antropoceno, uma era em que as ações humanas ameaçam os sistemas que mantêm a Terra em um estado habitável, anteriormente garantido pelo Holoceno, uma época de estabilidade de 11.700 anos. O desafio atual é desenvolver uma estrutura baseada em limites planetários para preservar ou restaurar as condições do Holoceno.
Os limites planetários incluem mudanças climáticas, novas entidades como microplásticos, depleção do ozônio estratosférico, carga de aerossóis atmosféricos, acidificação dos oceanos, fluxos biogeoquímicos, uso de água doce, mudanças no sistema terrestre e integridade da biosfera. Os limites planetários oferecem uma ferramenta valiosa para que tomadores de decisão tracem caminhos sustentáveis para o desenvolvimento social e a gestão ambiental em um mundo em constante transformação e que seus impactos superam em muitas vezes as ferramentas de ajustes.
Questões como mudanças climáticas, degradação ambiental, perda de biodiversidade, destruição de habitats, exploração de recursos naturais e poluição são desafios ambientais que impactam diretamente a tríade da Saúde Única. Comemorar este dia é um lembrete de que ainda há esperança, mas também um alerta sobre como essas alterações globais contribuem para a emergência e reemergência de doenças zoonóticas, ameaçando todas as formas de vida de maneira irreversível. Ao refletirmos sobre o Dia Mundial da Saúde Única, somos chamados a agir coletivamente para proteger nosso planeta e garantir um futuro sustentável para todas as formas de vida das próximas gerações.
*Willian Barbosa Sales é Biólogo, Doutor em Saúde e Meio Ambiente, Coordenador dos cursos de Pós-graduação área da saúde do Centro Universitário Internacional Uninter
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VALQUIRIA CRISTINA DA SILVA
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