.Erroneamente existe uma predisposição em culpar a mãe ou a própria criança quando nos deparamos com os pequenos recusando alimentos ou até mesmo não comendo, mas atualmente já há diversos estudos que ajudam a identificar a criança com distúrbio alimentar, mostrando que nem tudo é manha ou desatenção dos pais.
“Um ponto importante é destacar a necessidade de identificar precocemente o quadro, o que reduz diversos problemas para essa criança no futuro e mais importante que saber o que essa criança está comendo, é identificar como ela está comendo”, afirma a pediatra Tatiana Cicerelli.
A grande maioria das crianças que apresentam esses sintomas são crianças eutróficas, ou seja, não possuem problemas com ganho de peso. Mas o foco deve ser no que cada um ingere, pra evitar prejuízos, entre eles a debilidade das habilidades motoras, evolução nas texturas alimentares, ambiente alimentar conturbado, estresse parental e inclusive comprometimento na qualidade de vida da família.
Mas como as crianças aprendem a comer? Mastigar é um aprendizado!
Comer é mais dificil que falar ou andar, pois envolve uma orquestra que precisa ser coordenada em cada faixa etária.
“A criança vai aprender a interagir com a comida, no ambiente de refeição. Ou seja, se ela nunca participa das refeições com adultos, pode ser mais difícil de interagir, de expandir suas habilidades e de se interessar por diferentes texturas e sabores. Comer precisa ser uma experiência positiva”, destaca Tatiana.
Se isto não é vivenciado pela criança, ela evita o momento das refeições e não podemos esquecer de avaliar esse cuidador e esse ambiente .
30% das crianças típicas, passam por algum tipo de dificuldade alimentar.
80% das crianças com algum transtorno, passam por alguma dificuldade alimentar.
O espectro é muito amplo e o primeiro profissional que detecta esse tipo de transtorno é o pediatra.
“Qualquer questão que afete a família em relação à alimentação, precisa ser investigada.
Afinal, distúrbio alimentar é sintoma ou é diagnostico?
Para Tatiana Cicerelli ‘é um sintoma, como uma febre, algo está acontecendo que está desajustado, e esse sintoma está relacionado a 204 tipos de diagnósticos, entre eles: prematuridade, refluxo, doenças cardíacas, TEA, fibrose cística, alteração no processamento sensorial, down, paralisia cerebral.
Nos primeiros 2 anos a nutrição ideal promove o crescimento saudável e melhora no desempenho cognitivo. Reduz o risco de obesidade e do desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta.
“‘É muito perturbador para uma família ter uma criança com recusa alimentar. A nutrição é crucial para o desenvolvimento e os pais se sentem bombardeados. Exames complementares são pouco elucidativos e muitos profissionais sugerem tratamentos inadequados”, afirma Tatiana Cicerelli.
50% dos pais não se sentem satisfeitos com as recomendações que recebem. Existe também a percepção equivocada dos pais, ou seja, os pais acham que a criança come pouco, mas quando analisamos, está tudo bem. Come bem com a avó ou na escola e com a mãe come mal.
Em 2019 tivemos uma nova classificação para os distúrbios alimentares, onde diversos fatores estão associados a essa desordem , como problemas médicos, emocionais, habilidade motora e oral.
“A principal característica dessa crianças é o desinteresse pelos alimentos, repulsa por certos alimentos baseados na sua qualidades sensoriais, medo ou aversão aos alimentos durante a refeição”, finaliza a pediatra.
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DANILO BEGO FARIAS
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