A morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, aos 63 anos, foi confirmada nesta segunda-feira, após a queda de um dos três helicópteros de seu comboio presidencial. O acidente ocorreu em uma região montanhosa perto da fronteira com o Azerbaijão, em meio a condições de mau tempo e neblina espessa. Raisi, conhecido por suas posições ultraconservadoras, liderava a República Islâmica desde junho de 2021, após suceder ao moderado Hassan Rouhani.
A mídia estatal iraniana inicialmente reportou que a aeronave havia realizado um “pouso forçado”, mas a situação se revelou mais grave, levando a uma grande operação de busca e resgate. A morte de Raisi foi oficialmente anunciada pelo vice-presidente Mohsen Mansouri e confirmada em uma reunião de emergência do gabinete liderada por Mokhber, conforme reportagens do “Guardian”.
Apesar do choque e das condolências estendidas pelo governo ao líder supremo Ali Khamenei e à nação iraniana, o governo assegurou que a administração continuará “sem interrupções”. Um comunicado oficial descreveu Raisi como um líder “trabalhador e incansável”, afirmando que “não haverá a menor perturbação” na continuidade governamental.
O sociólogo Luiz Fellipe Gonçalves de Carvalho aponta que a morte do presidente iraniano não deve resultar em mudanças significativas na geopolítica do país. “Nesse Estado Teocrático, o poder de fato é exercido pelo Aiatolá. O presidente que morreu foi avalizado por ele, assim como o próximo também será”, explica Carvalho.
Ele acrescenta, “O sistema político iraniano é projetado para assegurar uma transferência de poder calculada já que também é dirigida centralmente. Isso minimiza qualquer impacto nas políticas interna e externa”, acrescenta.
Carvalho também discute as possíveis repercussões da morte de Raisi nas relações internacionais: “Embora o presidente tenha um papel visível em representar o Irã globalmente, as diretrizes principais, especialmente em questões de segurança e política externa, são traçadas pelo líder supremo. Portanto, não esperamos uma mudança na postura do Irã em seus confrontos internacionais ou em suas negociações nucleares.”
A morte de Raisi, sublinha a natureza complexa e estratificada do poder no Irã, onde o líder supremo mantém a autoridade máxima, sugerindo que, apesar da perda do presidente, poucas mudanças de política são esperadas no curto prazo.
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FABIANO DE ABREU RODRIGUES
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