O debate “Heroínas desta História”, com filhos de Rubens e Euníce Paiva e de Vladimir e Clarice Herzog, acontece nesta sexta, 13/12, às 18h30, no Centro MariAntonia da USP. A data marca o anúncio, em 1968, do Ato Institucional nº 5 (AI-5), um dos atos mais duros da ditadura militar, que marcou o início dos chamados “anos de chumbo” no Brasil.
O encontro, que faz parte da programação do 4º DH Fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, reúne a professora Vera Paiva e Ivo Herzog, presidente do conselho do Instituto Vladimir Herzog, ambos filhos de símbolos da luta contra o regime militar brasileiro. Vera Paiva, interpretada no filme “Ainda Estou Aqui” pelas atrizes Valentina Herszage e Maria Manoella, é filha do engenheiro e político assassinado nos porões da ditadura militar Rubens Paiva (1929-1971) e da advogada Eunice Paiva (1929-2018) – estes, vividos no mesmo longa, respectivamente, por Selton Mello e por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Já Ivo Herzog é filho do jornalista, professor e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975), assassinado nas instalações do DOI-CODI, em São Paulo, e de Clarice Herzog, publicitária e liderança de um movimento que colocou em xeque e cobrou investigação da versão do Exército a respeito da morte de seu marido.
O debate vai partir do livro “Heroínas desta História” (2020, Autêntica Editora), uma produção do Instituto Vladimir Herzog que conta a história de 15 mulheres em busca de memória, verdade e justiça. Eunice Paiva e a Clarice Herzog são retratadas na obra.
A mediação está a cargo da jornalista Tatiana Merlino, uma das organizadoras da publicação. O encontro é parte das atividades de abertura da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”.
exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”
Documentos dos perseguidos na ditadura de Augusto Pinochet no Chile, a partir de 1973, fazem parte da exposição “Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição”, com inauguração em 13/12, sexta-feira, a partir das 16h00, no Centro MariAntonia da USP. Em cartaz até 30 de março de 2025, a exposição traz a história de homens e mulheres que, no golpe de Augusto Pinochet – 11 de setembro de 1973 – ingressaram na Embaixada da Argentina, em Santiago do Chile, em busca de refúgio. Os perseguidos incluíam muitos brasileiros e brasileiras que também não puderam regressar ao Brasil.
“Memórias Encontradas: entre a solidariedade e a perseguição” também ressalta a solidariedade de organizações e igrejas que salvaram vidas. Por sua vez, a artista brasileira Fulvia Molina apresenta instalação com as 434 vítimas citadas no Relatório da Comissão Nacional da Verdade no Brasil.
No evento de abertura da exposição estão previstas diferentes atividades, como a exibição do filme “Memória e Exílio”, de Silvio Tendler, e um debate sobre o livro “Heroínas desta História”.
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VALERIA MAGNABOSCO BLANCO
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