Gabriel Galípolo fez o que era o esperado, o necessário, e demonstrou que teve personalidade. Muitos consideravam que ele poderia ser um instrumento de manobra do governo, em particular do Presidente Lula.
E, com essa atitude, o presidente do BC demonstra que, pelo menos até agora, está agindo baseado na razão e por princípios e fundamentos técnicos, o que é muito positivo em relação à saúde financeira do país, dentro do que cabe ao Banco Central.
A questão agora é se perguntar até onde o aumento de juros vai ser capaz de conter os ânimos e resolver algo que inevitavelmente cabe ao fiscal.
Fed
Como previsto, o Fed manteve a taxa de juros porque os indicadores ainda não convergiram de forma que justifique um aumento, muito menos uma redução. É necessário mais prazo para que de fato exista uma sinalização.
Jerome Powell é sempre muito repetitivo – e que bom que seja assim. Ele diz que o papel do Fed é manter o preço dos serviços e dos produtos estáveis e o emprego também. E ele fundamentou isso, que o emprego, embora tenha arrefecido um pouco, comparado ao pico de meses atrás, ainda está em níveis muito satisfatórios e que a inflação, neste momento, embora tenha continuado caindo, precisa agora de mais prazo para que exista uma correlação entre a continuação da queda da inflação para a redução de juros. Desta forma, o que era previsto foi o que foi confirmado.
As possíveis políticas de Donald Trump certamente foram levadas em conta pelos membros do comitê para projetarem os caminhos que a economia vai tomar. Então, logicamente, o entendimento, a leitura de que as políticas de Trump podem trazer uma certa instabilidade, interferiu para que a opção seja aguardar um pouco mais.
Bruno Corano é economista da Corano Capital (NY)
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NEIDE LIMA MARTINGO PEREIRA
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