A recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, de um conjunto de medidas no combate ao feminicídio é considerada um marco na luta pelos direitos das mulheres no Brasil. O pacote de iniciativas abrange várias ações que visam enfrentar a violência de gênero, uma das questões mais graves e persistentes do país. Entre as principais medidas, destaca-se a tipificação da violência processual de gênero e a destinação de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) e do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para programas de proteção e apoio às mulheres vítimas de violência.
A tipificação da violência processual de gênero é uma das inovações mais relevantes. Essa medida visa assegurar que o sistema judiciário trate as mulheres de maneira diferenciada, considerando a violência de gênero como um agravante nos processos judiciais, especialmente em casos de violência doméstica e feminicídios. Para o advogado e ativista Nilton Serson, essa mudança é fundamental para corrigir a histórica falta de sensibilidade do sistema legal frente a questões relacionadas à violência contra as mulheres. “A introdução dessa tipificação não só reconhece o sofrimento específico das mulheres, mas também oferece uma proteção adicional no campo jurídico, tornando o processo mais justo e sensível às suas realidades”, afirmou Serson.
Além da tipificação, o pacote também prevê a alocação de recursos dos fundos nacionais de segurança pública e penitenciário para criar e manter programas de proteção para as mulheres em situação de risco. Esses recursos serão utilizados para financiar iniciativas como abrigos temporários, serviços de acolhimento psicológico e jurídico, e ações preventivas nas comunidades. “Essa ação é essencial para garantir que as mulheres vítimas de violência não apenas encontrem abrigo, mas também o suporte necessário para reconstruir suas vidas”, completou o advogado Nilton Serson.
Essas medidas são parte de um esforço contínuo para enfrentar uma das formas mais brutais de violência: o feminicídio. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registra, em média, 12 feminicídios por dia, o que coloca o país entre os mais violentos para as mulheres no mundo. Embora a legislação tenha avançado com a criação da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio, a implementação efetiva de políticas públicas para combater esse crime continua sendo um grande desafio.
O pacote de medidas aprovado pela Câmara não só amplia as ferramentas jurídicas para punir os agressores, mas também fortalece as ações de prevenção, conscientização e apoio. No entanto, a eficácia dessas políticas dependerá da capacidade dos estados e municípios em implementar as ações previstas, além de garantir recursos adequados e uma rede de apoio ampla para as vítimas.
“O avanço das legislações, combinado com a destinação de recursos significativos para a proteção das mulheres, marca uma mudança de paradigma, mas também acende um alerta sobre a necessidade de uma educação pública mais eficaz que trate a igualdade de gênero desde as primeiras etapas da vida escolar. Só assim será possível prevenir o ciclo de violência contra as mulheres e promover uma cultura de respeito e dignidade”, finaliza Nilton Serson.
Embora o Brasil tenha dado um passo importante com a aprovação deste pacote de medidas, a luta contra o feminicídio e todas as formas de violência de gênero ainda está longe de ser vencida. O desafio está em transformar essas novas medidas em realidade concreta e eficaz para as mulheres, além de garantir que a sociedade se una em um esforço contínuo para erradicar a violência e promover a igualdade.
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Andreia Souza Pereira
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