Uma oficina promovida pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) nesta quarta e quinta-feira (22 e 23) vai reunir especialistas para definir a agenda estratégica das Rotas de Integração Nacional. O programa visa estimular o empreendedorismo, o cooperativismo e a inclusão produtiva, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto, ganhem escala e possam comercializar com outras localidades, estados e até países.
“Este evento é para fortalecer os laços e a governança das Rotas. Nossa atuação conjunta, com os órgãos do ministério e parceiros, se traduz em entregas concretas para a sociedade. O Brasil voltou para o mapa da fome nas gestões anteriores e esse fato demonstra uma enorme desigualdade entre as regiões. Investir em iniciativas como esta, que incentiva a produção e o desenvolvimento de diversos setores, certamente vai contribuir para mudarmos esse cenário, conforme determinado pelo presidente Lula”, afirmou o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, durante a abertura do evento.
As Rotas são compostas por redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões brasileiras priorizadas pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). Para a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo, a oficina é uma oportunidade para a construção coletiva da política pública.
“O Programa Rotas de Integração Nacional possibilita que, de fato, nossas ações tenham impacto sobre a população e o poder de transformação das nossas regiões”, destacou. “Uma das nossas necessidades é a de avançar na integração das distintas fontes de financiamento existentes e que precisam ser mais bem articuladas com os orçamentos discricionários e de emendas parlamentares, possibilitando crédito para fortalecer os setores apoiados”, detalhou.
Após a abertura oficial da oficina, foram montados seis grupos de trabalho, que irão discutir ideias e melhorias para as Rotas do Mel, do Leite, da Avicultura, do Açaí, do Cordeiro e da Fruticultura. As propostas serão formalizadas ao final do evento, nesta quinta-feira.
Fruticultura em Alagoas
Luciano Monteiro é coordenador da Rota da Fruticultura Alagoana e participa da oficina nestes dois dias. Ele acredita que os debates contribuirão para melhorar ainda mais a integração entre os atores do programa. “As Rotas nos permitem fazer uma ótima integração entre os entes federativos, as organizações privadas e, principalmente, os cooperativistas, que são quem trata diretamente, no campo, com os pequenos produtores e suas famílias”, afirmou.
O coordenador também contou como ocorrem as atividades na Rota da Fruticultura em Alagoas, que foi a primeira a ser reconhecida pelo Governo Federal. “A Rota da Fruticultura é estratégica porque consegue fazer a transversalidade entre as rotas da TIC, do Mel, da Biodiversidade e do Leite, por exemplo. Isso porque a fruta serve de comida e de suporte para animais, além de influenciar no reflorestamento e na recuperação de biomas. A Rota envolve todo o estado de Alagoas e beneficia mais de 16,3 mil produtores. São 21 tipos de frutas já catalogadas, como coco, abacaxi e banana”, informou.
Sustentabilidade e inovação
O Programa Rotas de Integração Nacional foi atualizado em agosto de 2023, com a proposta de dar ênfase a ações com foco em sustentabilidade e inovação e na inserção de mulheres e jovens no processo produtivo. Outra inovação foi o incentivo à criação de startups e a busca por parcerias com universidades e institutos de ensino e pesquisa, de forma a encontrar soluções mais eficientes para as necessidades de cada arranjo produtivo local.
A portaria que instituiu o novo Rotas também criou um comitê gestor nacional do programa. “O comitê envolverá representantes do Sistema S, de outros ministérios e outros parceiros, que nos ajudarão a firmar os grandes acordos nacionais que serão comuns a todas as ROTAS ou que serão comuns aos polos. O objetivo é sanar gargalos estruturantes que a gente vê e que são responsáveis pelas inúmeras dificuldades, muitas vezes encontradas hoje nas cadeias produtivas regionais”, explicou a secretária Adriana.