Em Minas Gerais, o número de pessoas infectadas pelo coronavírus atinge a marca de 4.195.045, até o momento. O total de mortes pela doença chega a 65.852. De acordo com informações do Ministério da Saúde, no estado, 52.769.347 de doses da vacina monovalente contra a Covid-19 foram aplicadas entre a população mineira. Além disso, foram aplicadas 3.231.026 doses da vacina bivalente, o que, segundo o coordenador dos Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas do estado, Gilmar Rodrigues, representa 17% da população.
Rodrigues afirma que a cobertura vacinal em Minas Gerais tem causado certa preocupação, pois observa-se que uma parcela significativa da população ainda não recebeu a vacina bivalente, que oferece uma proteção mais eficaz contra a Covid-19.
“Em relação à cobertura de vacinação, atualmente, esse é um cenário que precisa de um reforço em relação ao chamamento das pessoas que estão com seu esquema em atraso, principalmente considerando a disponibilidade da vacina bivalente, com um impacto maior nas variantes novas que estão circulando. Mas que boa parte da população não tem se mantido atualizada para esse esquema atualmente no estado. O que se esperava era uma cobertura maior e estamos em torno de 17% da população com dose da vacina bivalente, o que é um cenário de preocupação”, pontua
Entre os municípios do estado, o que mais teve doses da vacina aplicadas contra a doença foi Belo Horizonte, com um total de 7.012.104 referentes à monovalente, e 662.399 doses da vacina bivalente. Já o município de Uberlândia aplicou um total de 1.973.906 doses da vacina monovalente e 133.929 doses da vacina bivalente.
A infectologista Nathalia Nunes, que atua no estado, destaca que o número de casos de Covid-19 no estado têm aumentado.
“Quanto ao início do aumento do número de casos de Minas Gerais nas últimas semanas, a gente tem notado um aumento no registro de casos novos tanto no estado de Minas, quanto no resto do país. É diferente das outras doenças respiratórias, como o resfriado comum da influenza. Infelizmente a gente ainda não conseguiu identificar um padrão de sazonalidade, ou seja, uma época do ano em que a gente vai ter mais Covid-19 ou menos, então o número de casos têm variado, e , a depender da subvariante que está circulando”, considera.
Cuidados necessários
A infectologista Joana D’Arc destaca que ainda é necessário que a população mantenha certos cuidados para combater o vírus. Segundo ela, é fundamental que cada pessoa avalie o risco de contrair a doença e tome medidas de proteção adequadas de acordo com sua situação específica.
“Eu tenho um risco elevado de complicação, alguma doença que possa me colocar em risco maior de hospitalização, então avalia o seu risco e utilize uma máscara em alguns ambientes de pouca ventilação, em ambiente onde tem muitas pessoas como transporte público, às vezes, e hospitais ou elevadores. E aí cada um vai mensurar essa necessidade”, orienta.
Além disso, a especialista ressalta que dar importância à vacinação e completar o ciclo de imunização é essencial para assegurar que, em caso de contaminação, os sintomas não sejam graves.
“A população, de forma geral, precisa ter alguns cuidados com relação à Covid-19. Todos nós precisamos de uma atenção, a primeira delas é a vacina. A gente sabe que somente em torno de 16,7% da população brasileira fez a vacina com a bivalente, e ela protege melhor contra as novas variantes do SARS-CoV-2. Outro quesito é o uso de máscara”, complementa.
Joana D’Arc destaca, ainda, que há expectativa de uma possível nova onda da doença nos próximos meses, sobretudo devido às festas de final de ano, Porém, ela ressalta que isso depende inteiramente da atitude da população do país.
“O que se espera é realmente esse aumento de número de casos e de ondas da doença. De aumento, dependendo do comportamento da população, dependendo de como a gente reage frente a esse aumento, sem banalizar a doença e sim sendo consciente e responsável com relação às nossas atitudes”, afirma.
Na avaliação do infectologista Hemerson Luz, risco é uma realidade e todos precisam cooperar para evitar gravidade na situação.
“Pode ocorrer um aumento nos casos, principalmente após a exposição a eventos como as festas de final de ano ou outras situações de aglomeração. É importante destacar que a vacina bivalente protege contra a cepa original e suas variantes, incluindo as cepas derivadas da Ômicron, que atualmente dominam o cenário epidemiológico. Por isso, é muito importante manter o esquema vacinal completo, observando a vacina bivalente”, destaca.
O coordenador Gilmar Rodrigues explica que o estado tem adotado medidas, incluindo vigilância epidemiológica e monitoramento genômico. Segundo ele, essas ações envolvem dois processos, sendo um deles o acompanhamento epidemiológico com base nas notificações recebidas.
Reportagem, Nathália Maciel