“Um membro do Poder Executivo da União não poderia compactuar e participar de um desfile como este, que defendeu vandalismo ao patrimônio público e atacou a Polícia”. Este é o posicionamento da deputada federal Rosana Valle (PL-SP) sobre a participação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, no desfile do Grêmio Recreativo Cultural e Social Escola de Samba Vai-Vai, no sábado (10/2), na capital paulista.
A crítica ainda se estende ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo também desfilou pela agremiação:
“Espantoso ver Boulos e o ministro dos Direitos Humanos do Lula (presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva – PT) desfilando e sorrindo, enquanto a escola exibia fantasias de policiais, como se fossem demônios. O que se viu foi uma afronta aos profissionais da Segurança Pública do Estado de São Paulo, que arriscam a vida para proteger a sociedade. Lamentável e desnecessário. No desfile, ainda teve exaltação ao vandalismo do patrimônio público. Isso não é Carnaval”, analisa a congressista.
A escola de samba do Bixiga causou polêmica ao comparar policiais a demônios na ala “Sobrevivendo ao Inferno”. Os integrantes do “Batalhão de Choque” usavam capacetes com chifres e asas vermelho-alaranjadas. Para parte da classe política e membros das Polícias Civil e Militar, as alegorias desqualificaram os agentes da Segurança Pública. Por isso, deputados estaduais e federais passaram a defender que o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo cortem os recursos públicos da escola.
As críticas também foram motivadas, nas últimas horas, pelo fato de a Vai-Vai ter levado ao Sambódromo do Anhembi a réplica da estátua de Borba Gato pichada. Em 2021, a obra foi incendiada, em São Paulo. Segundo noticiado pela Imprensa, no carro alegórico estava não apenas o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, mas, também, Paulo Roberto da Silva Lima, condenado pelo vandalismo à estátua de cerca de 13 metros.
Na época, à Polícia, o acusado confessou ter organizado o ataque à obra, “porque queria abrir debate público a respeito da existência dela”. Historiadores afirmam que Borba Gato escravizou negros e indígenas.
“Os dois, Boulos e Silvio Almeida, estarem lá, exercendo os cargos públicos que exercem, compactuam com isso? Concordam em exaltar quem ataca o patrimônio público? Concordam em demonizar a Polícia? A quem interessa uma Polícia desacreditada? A quem interessa levar para a avenida, segundo noticiado pela Imprensa, um condenado por ataque a um patrimônio público? A liberdade inerente ao Carnaval não pode ser misturada a uma ode ao que é errado aos olhos da Justiça”, reafirma Rosana, que também é presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo.