O sistema prisional brasileiro, marcado por superlotação, reincidência e pouca efetividade na reintegração social, pode estar prestes a experimentar uma virada de chave com o Programa Segunda Chance. A proposta, que une reeducação, bem-estar animal e cidadania, tem como base a convivência entre detentos e cães resgatados em um ambiente de aprendizado e cuidado mútuo.
Durante 12 semanas, reeducandos em regime fechado ou semiaberto são capacitados em técnicas de adestramento e cuidado animal, utilizando abordagens diferenciadas que incluem Programação Neurolinguística (PNL) e Constelações Familiares. O resultado é uma jornada de reabilitação emocional e social, tanto para humanos quanto para os cães.
“O objetivo não é apenas ensinar uma profissão, mas também oferecer aos internos uma nova forma de se relacionar com o mundo, com o outro e consigo mesmos. A relação com os cães cria vínculos afetivos que potencializam a transformação pessoal”, afirma Glauco Lima, idealizador do projeto.
Ao final do ciclo, os cães são entregues à adoção já adestrados. Alguns, com perfil adequado, passam a integrar um processo mais longo de formação como Cães de Assistência e Alerta Médico, contribuindo diretamente com pessoas com deficiência.
“É um tripé de impacto: reduzimos a reincidência criminal, damos uma nova chance a cães abandonados e oferecemos apoio a quem mais precisa de inclusão”, completa Gerson Santos, colaborador do projeto.
Além do ganho social, o programa entrega ao participante um certificado profissional, que abre portas para o mercado pet — um setor em franca expansão no Brasil. O Segunda Chance propõe uma reintegração com dignidade, rompendo o ciclo de exclusão e oferecendo verdadeiras oportunidades.
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EDUARDO GIOELI MICHELETTO JOEL
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