Em agosto deste ano, a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou o parecer do deputado federal Clodoaldo Magalhães (PV-PE), que prevê a Semana Nacional da Conscientização sobre a Síndrome do Pânico, que será realizada anualmente, durante a terceira semana do mês de junho.
A criação da semana de conscientização prevê diversas atividades direcionadas a orientação da população e de profissionais de saúde sobre o transtorno do pânico, estimulando que a população busque conhecimento sobre a doença, suas causas, sintomas, prevenção e tratamento, além de lutar no combate ao preconceito de pessoas que sofrem do transtorno.
O psicólogo e professor Jair Soares, do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) destaca a importância da semana de conscientização, principalmente para que a população possa entender as diferenças e não confundir a síndrome do pânico com o transtorno de ansiedade, que pode levar o paciente a buscar ajuda em meios com pouca ou nenhuma eficácia.
Apesar de também ser uma condição que afeta mais de 25% dos brasileiros, o especialista esclarece que “o transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupações persistentes e excessivas, principalmente em relação a eventos futuros, que quase sempre vêm acompanhadas por sintomas como inquietação, tensão muscular e irritabilidade. Já a síndrome do pânico envolve a ocorrência de ataques de pânico recorrentes e de forma inesperada. São episódios intensos de ansiedade que atingem seu pico em questão de minutos”, explica.
Para Jair, criador da técnica conhecida como TRG (Terapia de Reprocessamento Generativo), que visa tratar os problemas emocionais desde a sua raiz e da maneira mais rápida possível, apesar de as duas condições serem extremamente dolorosas para aqueles que delas sofrem, a síndrome do pânico tende a causar muito mais prejuízo, principalmente no convívio social do paciente. “Os ataques de pânico acontecem inesperadamente, sem nenhuma causa aparente. Vem acompanhados de sintomas físicos como sudorese, palpitações, falta de ar e talvez o mais perigoso dos sintomas – a falsa sensação avassaladora de perigo iminente, de perseguição.”, alerta.
As causas deste transtorno não foram ainda totalmente elucidadas, entretanto, sabe-se que podem fazer parte de síndromes emocionais como a depressão e a ansiedade, havendo ou não um gatilho conhecido. Estas pessoas podem ter um sistema nervoso mais sensível para responder ao medo e os episódios podem estar associados às transições significativas que ocorrem durante toda a vida. O pânico em si é um sintoma e todo sintoma tem uma causa e esta causa precisa ser eliminada.
O professor Jair Soares, especialista em casos de grande complexidade, reconhecido por técnicas que visam tratar, da maneira mais depressa possível, os problemas emocionais, aponta algumas atitudes que podem ser tomadas por pacientes que sofrem de pânico, para amenizar os sintomas durante as crises: “Primeiramente e não menos importante é reconhecer que necessita de ajuda profissional. A TRG é o caminho mais definitivo para isso. Funciona com o intuito de reprocessar as causas emocionais que estão levando esta pessoa a manifestar o pânico no seu dia a dia. Uma vez que estas emoções são limpas, a crise de pânico deixa de existir. Em cada sessão, com o auxílio de mecanismos poderosos para cuidar das emoções e eliminar os sintomas, este indivíduo tem a sua saúde emocional reestabelecida”, complementa o especialista.
O Dr. Jair Soares ainda dá algumas dicas de como amenizar as crises de pânico. Para o especialista, identificar que está entrando numa crise é um dos pontos mais fundamentais para sair dela. “É preciso ser racional. Pare e converse consigo mesmo, dizendo que você está no controle daquela situação. Mantenha uma postura firme, nada de posição de medo ou coação. Estufe o peito e mantenha-se numa postura de confiança. Respire calmamente, inspire pelo nariz profundamente e solte o ar pela boca lentamente, sempre repetindo para si mesmo que é só uma crise, mas que você está no controle da situação”, orienta o psicólogo.
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