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    Home»CULTURA»LIVROS»Você tem fome de quê?
    LIVROS

    Você tem fome de quê?

    wilkesousa28/03/202502
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    Literatura é reino amplo, de topografias diversas. Cada qual com seus séquitos. Nenhum rei à vista, muitos príncipes e outros nobres postulantes a senhores da palavra. A divisão dos territórios, em gêneros, nem sempre de fronteiras claras. Zonas de conflito. Mas vale mesmo é trafegar por ele, mesmo sem mapas, sem indicações precisas. Ir pelos caminhos, descobrindo-lhes as paisagens. Encontrar outros viajantes como o talentoso Whisner Fraga que faz da palavra literária instrumento de uma geopolítica artística que não visa restringir terrenos, mas ampliá-los. 

    Alguns destes trajetos, ainda pouco sinalizados, já têm guias como ele que transcende os gêneros novos surgidos à sombra da comunicação instantânea imposta pelos meios de comunicação de massa eletrônicos e sacramentada pelas redes sociais, com mensagens medidas que cabem em postagens centimétricas, caracteres contados. Mais do que isso, dizem, gera dispersão, tédio. Os bardos, menestréis e griôs adaptam-se; economizam-se; adensam-se. Alguns autores especializam-se, esmeram-se e tornam-se paradigmas. No conto curto, miniconto, microconto, ou que nome venha assumir, destacam-se alguns com mestria, como Whisner Fraga, não apenas no ofício da dita concisão, mas da elaboração de melhor Literatura do que outros que seguem os cânones escolares de princípio, meio e fim; conflito e clímax; espaço, tempo e personagens bem delineados e outros elementos ditos estruturantes das narrativas clássicas reconhecidas como de qualidade inigualável, insuperável. Balela! Coisa de quem precisa de molde para expressar e entender, forma para criar e interpretar. Arte entre muros.

    Por isso, reafirmo este talento de destaque na nova vertente da narrativa mais curta do que o conto tradicional: Whisner Fraga, nascido lá em Minas Gerais, Ituiutaba, e radicado em São Paulo, que é autor de dezenas de livros – dos quais li apenas alguns: Lúcifer e Outros Subprodutos do Medo, O que Devíamos Ter Feito, Usufruto de Demônios e Usufruto de Ruínas. Conheço, portanto, parte de sua porção contista, sobretudo os microcontos. Não uns tais que vemos proliferar nas redes, confundidos com frases de efeito e trocadilhos ou insinuações de enredos natimortos, do tipo que eu mesmo ouso a torto e direito – mais a torto, decerto! Mas deixemos a questão no gênero de lado e falemos do autor e da sua mais recente obra.

    Whisner Fraga lança, agora em 2025, pela editora Sinete, o Fomes Inaugurais. Uma coletânea de cinquenta e cinco microcontos, numa edição de rara beleza, desde o formato, passando pelo projeto gráfico de sua sócia editorial, Carla Dias; a capa com imagem da Mônica Cortês, ilustrações internas muito impactantes, texto irretocável revisado pelo Daniel Zanella. O posfácio de Hugo Almeida, autor da casa, com pleno embasamento acadêmico, resenha a obra com mestria à luz da crítica literária e da Filosofia. Um timaço de profissionais do livro para a edição de um primor. Não à toa, a Sinete vem em franco crescimento e promete dezenas de lançamentos para o ano.

    Fomes Inaugurais traz, talvez como característica primeiramente notada e seu principal elemento de coesão, uma temática única: trata de fatos, acontecimentos, circunstâncias envolvendo pessoas em situação de rua. Varia em estilo, alternado realismo, surrealismo, realismo mágico e até mesmo incursões pela ficção científica. É uno também no trato da linguagem, sempre contundente, sintética, dinâmica e repleta de uma qualidade de sinestesia que faz todos os nossos sentidos atuarem na interpretação. Nesse aspecto, interessante é notar que o livro, em seu conjunto, traz um coro de terceiras vozes encarregadas de contar, com o discurso indireto ou com o indireto livre, casos, eventos, situações, conjunturas, ocorrências, formando uma única voz que, em última instância, apesar de plural, é uníssona, pois a linguagem equaliza. Tema e linguagem: pontos estruturantes da arquitetura da obra.

    Whisner Fraga, nas ruas por onde andou em todo o Brasil, conversou com essas pessoas. Notou que, contrariamente ao que o senso comum indica, elas interessam-se por política, economia, literatura e artes em geral. Espantou-se com suas histórias pregressas e com as que lhes conferem a circunstancial situação de exclusão e rejeição. Observou também as reações da sociedade do entorno, as ações, antiações e inações das autoridades, viu as matérias nos jornais, acompanhou a militância de alguns que lutam pelos seus direitos, refletiu acerca das ideologias envolvidas na peleja… 

    Resolveu, com a força de sua narrativa, dar visibilidade a esses invisibilizados que proliferam pelas ruas do país, sobremaneira nas grandes cidades, a fim de mitigar o preconceito que recai sobre eles e, assim, humanizá-los. Ironicamente, com o fito de delatar tal estado de despertencimento social, despojou-os de quaisquer características cidadãs, sobremaneira, os nomes. Desse modo, os protagonistas de cada pequena narrativa são anônimos, nada possuem, senão as fomes instintivas da espécie, transpostas com a crueza de suas manifestações mais fisiológicas, quase animalizadas, pois que circunstanciadas num universo destituído de padrões culturais normativos e tidos como civilizatórios. Um dos muitos sentidos do polissêmico título. 

    Assim posta, a crueldade de tal situação e a reação cruel a ela não estão na imaginação do autor, mas nas próprias cenas transcritas com realismo nessas ficções que, em última análise, são retratos, instantâneos, fotos três por quatro para a documentação de personagens que, anônimos e invisíveis, sequer documentos têm. Cidadãos sem cidadania que têm, agora, ao menos à guisa de denúncia e proposta reflexiva, mais um autor, dentre raros, preocupado em oferecer sua potente literatura como instrumento de inclusão do tema no debate artístico, sem a pretensão de ser um brado heroico e retumbante, de postular cotas ou de usurpar lugares de fala, mas, tão somente, de expressar sua indignação diante da torpe cena em que tropeçamos cotidianamente e para a qual fechamos nossos olhos, cruzamos nossos braços.

     

    Luiz Eduardo de Carvalho é teatrólogo, escritor, editor e crítico de arte, com 17 títulos publicados, entre eles Xadrez, Evoé, 22!, Sessenta e Seis Elos e Um Conto de Réis (e de Rainhas). Recentemente lançou Mãos de Deus – biografia autorizada do padre Júlio Lancellotti.

     

    Whisner Fraga (Ituiutaba, MG, 1971) é formado em Engenharia Mecânica, Pedagogia e Marketing Digital, é professor universitário e autor de mais de uma dezena de livros de ficção, tendo contos traduzidos para o inglês, alemão e árabe. Escreve para o coletivo Crônica do Dia e mantém o canal Acontece nos Livros, no Youtube, em que resenha obras de escritores contemporâneos. É editor da Sinete.

    Serviço:
    As Fomes Inaugurais
    Editora Sinete – www.sineteeditora.com.br
    R$ 55,00
    Edição: 1ª
    Ano: 2024
    Assunto: minicontos
    Idioma: Português
    País de Produção: Brasil
    ISBN: 978-65-83126-09-2
    Formato: brochura, 12 x 18 cm
    Nº de Páginas: 88

    Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
    LUIZ EDUARDO DE CARVALHO
    [email protected]

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